sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Maioria de lojistas não sabe que é possível usar uma só máquina de cartões

Segundo pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, 70% ainda não sabem da mudança.

BRASÍLIA - Mesmo com o fim da exclusividade entre credenciadoras e bandeiras de cartão de crédito há pouco mais de um mês, sete a cada 10 lojistas em todo o País ainda não sabem que é possível usar uma só maquininha para passar os diferentes cartões que existem no mercado. Essa projeção foi apresentada há pouco à Agência Estado pelo presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Junior.
A estimativa não possui caráter técnico, pois foi feita com base em contatos informais com lojistas. Mesmo assim, de acordo com Pellizzaro Junior, retrata que o esforço pelo aumento da competitividade do setor de cartões em seu primeiro mês de experiência ainda está apenas engatinhando. "Para a maioria dos lojistas, a ficha ainda não caiu", comentou.
A sondagem feita pela CNDL surpreendeu o presidente da entidade porque foram muitos os canais de informação sobre o tema. Além da grande divulgação da imprensa, a instituição distribuiu cartilhas detalhando o tema, enviou email aos lojistas e também disponibiliza informação no site. "Mas muitos ainda esperam a chegada de um técnico das empresas de cartão acreditando que só assim poderão usufruir do benefício", disse. A utilização de um cartão da Visa em uma máquina da Redecard ou da Mastercard em um aparelho da Cielo é automática.

Reclamação
Pelllizzaro também relatou que os comerciantes têm encontrado dificuldades para entrar em contato com as credenciadoras por meio do telefone 0800, que disponibiliza chamadas gratuitas, para sanar dúvidas. "A nossa recomendação é que a reclamação seja feita ao Procon", disse, explicando que este é o melhor meio de obter um resultado, pois é por meio da consolidação das consultas aos Procons que o Ministério da Justiça consegue traçar um quadro de como está a situação, já que, em alguns aspectos, os cartões de crédito estão vinculados apenas à área financeira.

Levantamento divulgado esta semana pelo Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) do Ministério da Justiça revela que, nos últimos 18 meses, 20,25% das reclamações dos clientes na utilização do Serviço de Atendimento ao consumidor (SAC) tinham como alvo os cartões.

Desconto
O presidente da CNDL comentou também que, mesmo com esses problemas, o comércio já conseguiu obter redução nas taxas dos custos com aluguel de até 35% desde a unificação do uso das máquinas, em 1º de julho. Esta não é, no entanto, uma média de todo o setor. Ele garante que a redução está sendo repassada para o consumidor, mas salientou que, no caso máximo de desconto obtido (35%) até o momento, a diminuição para o cliente é de 1% a 1,5%. "Mas não deixa de ser um repasse, que gera referencial competitivo para o comerciante que conseguiu negociar com a credenciadora", explicou. "Estamos fazendo alerta aos lojistas para que não durmam no ponto", acrescentou.

Célia Froufe, da Agência Estado